quarta-feira, 30 de julho de 2008

Back to child














Ali estava ele. No canto da sala, com os olhos perdidos no chão e o silêncio a ritmar-lhe a respiração. O sorriso fácil, com que brindava tudo e todos tinha, simplesmente, evaporado. A candura que costumava exibir nas suas brincadeiras, estava ali enterrada, na sombra que lhe cobria os sonhos.
Sonhos esses desfeitos pela troca de carícias e olhares cúmplices, que dolorosamente assistia, entre um colega e a sua menina de olhos verdes.
Por momentos, vi através dele, a criança que fui e ainda sou.


Aproximei-me dele e perguntei-lhe: "É por causa dela?"
Respondeu: - “Sim, é.“
Retorqui: - “Não me digas mais nada.“

Ficamos os dois, por alguns instantes, de braços cruzados, a contemplar o vazio.


Imbuído de serenidade e experiência, resolvi confortá-lo:
- "A verticalidade e a simplicidade não se devem trocar pela exuberância. Não tentes dar nas vistas quando a tua natureza é a oposta. Não desvies o teu carácter nem por um ínfimo milímetro. Orgulha-te de quem és.
Se não consegues conquistar a Lua, tens o Sol para conquistar."
Subitamente, surgiu um esforçado sorriso no seu rosto, e um olhar carregado de esperança. Ainda meio entorpecido, articulou um comovente - “obrigado”.

A vida no seu expoente

3 comentários:

Anônimo disse...

gostei!

isso é de algum livro ou da tua autoria?!

se for escreve já um livro!!!
vais ganhar euritos!!! :P

Anônimo disse...

Delicia-me a tua personalidade, mesmo não te conhecendo.

Deves ser super querido!!!


Beijinho

ophelia disse...

"Se a Lua se esconde e não mostra o esplendor da sua forma uniforme, então opta de boa-vontade pelo Sol. Esse, que mesmo ausente irradia agradáveis tufos de calor dos quais te podes proteger ou abraçar serenamente"

;)