Tempo.
É nele que nos refugiamos para curar feridas.
Colocamos-lhe nos ombros a responsabilidade, entre segundos, entre minutos, entre horas, entre dias, de cicatrizar os nossos erros, as nossas dúvidas, as nossas mágoas.
" (...) O tempo desloca-se dentro de si próprio movido pela angústia e pelo desejo. O tempo não tem vontade, tem instinto. O tempo é menos do que um animal a correr. Não pensa para onde vai. Quando pára, é a angústia ou o desejo que o obrigam a parar (...) "
José Luís Peixoto, In "Cemitério dos Pianos".
O pior é quando pára.
E ele, ontem à noite, parou.
Parou, movido pela angústia que inundou o meu inconsciente.
Acordei em sofrimento após ter encerrado os olhos ao que estava a assistir.
Refugiei o meu olhar na escuridão e a normalidade do meu batimento cardíaco voltou.
Voltou abraçado ao tic-tac do relógio.
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Um comentário:
Qual bocage.
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